CARMEN MIRANDA, A NOTÁVEL E CENTENÁRIA BRASILEIRA


Carmen Miranda nasceu em Portugal por um mero acaso, como bem lembra o seu biógrafo Ruy Castro, já que sua família estava preparando sua mudança para o Brasil quando foi surpreendida pela gravidez inesperada de sua mãe e pelo atraso nos documentos necessários à imigração, fazendo com que seus pais, temerosos de que a criança nascesse no navio, em condições insalubres, adiassem a viagem e aguardassem o nascimento da criança em Várzea de Ovelha, pequena cidade lusitana, no dia 09 de fevereiro de 1909. Com pouco mais de 10 meses de idade, a pequena Carmen chegou ao Brasil, onde tornou-se, por opção, por talento e temperamento, brasileiríssima!

Ao longo de sua carreira, revolucionou a música brasileira, não só pelo seu modo de cantar, mas também de vestir-se e comportar-se.

Seus trajes, seus gestos, seu talento e sua alegria contagiante chamavam a atenção de todos, por todos os cantos, inclusive no exterior. Não demorou para que sua fama extrapolasse os limites geográficos de nosso país e a levasse aos Estados Unidos. E de lá, via holywood, para o mundo...

Ao sair do país para colher os frutos de seu trabalho, tornou-se a artista mais bem remunerada de Holywood e levou a cultura e o nome do Brasil para todos os cantos do mundo. Foi acusada de abandonar sua origem e de voltar “americanizada”. Nada mais errado... Tão brasileira era Carmen, que era impossível dissociar sua imagem de nosso país.

Problemas cardíacos, agravados pelo uso excessivo e descontrolado de medicamentos, dos quais se tornou dependente, levaram a genial artista à morte prematura em 1955, causando grande comoção no Brasil e no exterior.

Passados 100 anos de seu nascimento, muito se tem falado sobre a artista, muitas homenagens tem sido e serão (merecidamente) prestadas ao longo do ano e, finalmente, parece que sua importância na cultura nacional é lembrada e reconhecida. Espera-se que esse reconhecimento de seu talento e da importância da preservação de suas obras e de sua memória não volte a ser esquecido tão logo cessem as comemorações de seu centenário, como muitas vezes aconteceram com outros artistas.
(artigo publicado originalmente na revista eletrônica Ritmo Melodia - www.ritmomelodia.mus.br - em fevereiro de 2009).