Apresentação

Olá, Sejam bem-vindos ao meu blog!

Aqui você encontrará textos escritos por mim ou por outras pessoas, a respeito de temas que me parecem importantes de se comentar e divulgar.

Os que forem de minha autoria, refletirão minhas opiniões e comentários a respeito do tema e podem ser repassados e divulgados a terceiros, desde que sem nenhuma modificação e de que seja citada a fonte.

Os de outros autores, terão suas fontes citadas, sua redação integralmente respeitada, e servirão como base para comentários meus a respeito do tema.

Os textos estarão divididos em "seções", segundo os temas:

Parlatório Virtual - opiniões sobre assuntos gerais;

Ribalta - comentários sobre espetáculos e obras artísticas;

Feminista de Gravata - temas relacionados às mulheres e homenagens a mulheres importantes (famosas ou não);

O Melhor de Sampa - dicas sobre a cidade de S. Paulo;

Outras seções serão criadas, à medida que novos temas surgirem...

Obviamente não prometo rigor científico no tratamento dos temas e dados, exceto quando estes forem obtidos junto a instituições especializadas no assunto, casos em que este fato, bem como as instituições em questão, serão citados.

Também não prometo isenção nos textos, tendo em vista que a intenção do blog é justamente disseminar minhas opiniões.

Comentários e opiniões divergentes das minhas serão sempre muito bem aceitos no blog, pois não tenho a menor pretensão de julgar-me dono da verdade. Apenas solicito que as divergências e discordâncias sejam manifestadas de forma educada e ética, requisitos sem os quais as mesmas serão deletadas do blog.

Se você quiser sugerir temas para discussão, fique à vontade. Entre em contato comigo...

Um grande abraço.

ALEXANDRE TERRERI

Mulheres Compositoras

Quando se pergunta a um admirador de música o nome de um artista importante, geralmente os citados são cantores(as) ou bandas. Algumas poucas vezes são citados instrumentistas, mas raramente se lembra daqueles se dedicaram àquela que talvez seja a mais importante das funções num trabalho musical, por ser a origem de tudo, a de compor as músicas.

Ary Barroso, talvez até por ter sido um dos maiores compositores da história da música brasileira, quando apresentava os calouros que iriam participar de seu programa de rádio, perguntava-lhes o nome da canção e de seu compositor. Quando o calouro não sabia citar os compositores, era impedido de cantar!

Se muitas vezes esquece-se de citar o compositor, situação ainda pior é a das compositoras.

Ao longo da história, muitas mulheres que se dedicaram à composição foram simplesmente esquecidas, por puro preconceito. Muitas até eram obrigadas a usar pseudônimos masculinos para assinar seus trabalhos pois, além de facilitar a divulgação de sua obra, ser uma artista era motivo de vergonha para as famílias.

Tal fato se verifica ainda hoje (e ao longo da história) tanto na música popular quanto na erudita, brasileira ou não, e consiste em um reflexo das dificuldades que a mulher sempre enfrentou (e continua enfrentando) para ser respeitada na sociedade.

Felizmente, algumas pessoas tem se dedicado ao longo do tempo a pesquisar e divulgar o trabalho dessas bravas e talentosas mulheres que desenvolvem essa difícil arte. No Brasil, temos uma pesquisadora que se destaca nessa área há muitos anos. Trata-se da jornalista, musicista e compositora Nilcéia C. S. Baroncelli que dedica-se ao tema desde 1976, tendo publicado um livro chamado “Mulheres Compositoras”, pelo Instituto Nacional do Livro.

Seu trabalho tem servido de fonte de pesquisa para diversos músicos, além de servir de estímulo para que mais pessoas se interessem em conhecer e divulgar essas obras. No livro, encontram-se informações sobre as compositoras, populares e eruditas, brasileiras e estrangeiras. É uma obra de reconhecida importância, frequentemente citada como referência em publicações no Brasil e no exterior, mas que infelizmente não foi reeditada e que raramente é encontrada à venda, mesmo em sebos.

Em recente entrevista, Nilcéia Baroncelli, diante da indagação sobre uma nova edição da obra, declarou que escolhera como suas sucessoras na tarefa de atualizar e dar continuidade à sua pesquisa, duas jovens paulistanas: sua filha Calu Baroncelli (que se encarregaria das compositoras de música popular) e Imyra Santana, violinista que apresentou recentemente seu trabalho de conclusão de curso na USP sobre o tema das mulheres compositoras, a quem caberia a parte da música erudita.

De minha parte, deixo um louvor ao importantíssimo trabalho de Nilcéia, meus votos de que suas sucessoras consigam dar andamento à missão iniciada por ela e a todas as compositoras que leiam esse texto uma dica: entrem em contato com a pesquisadora para fornecer-lhe material e informações.

E a todos os músicos e aos admiradores da música, um lembrete: valorizem os compositores (autores) das músicas e, principalmente, atenção às compositoras! Há muitas e maravilhosas ainda não conhecidas.


Texto originalmente editado em Novembro de 2009 na revista musical Ritmo Melodia - www.ritmomelodia.mus.br

GRACIAS MERCEDES!

“Há homens que lutam um dia, e são bons. Há outros que lutam muitos dias, e são melhores. Há aqueles que lutam um ano, e são muito bons. Mas há os que lutam toda a vida. Esses são os imprescindíveis” Bertolt Brecht.


Lembro-me de ter ouvido pela primeira vez essas palavras na voz de Mercedes Sosa (09/07/1935-04/10/2009), quando eu ainda era criança e jamais as esqueci. Procurei, então, saber mais sobre a cantora e sobre Brecht.

Ao ouvir as canções de “La Negra”, como era conhecida, apaixonei-me pelo seu modo de cantar, pela sua voz e pela sua postura frente aos problemas da Argentina e da América Latina.

Sempre quis assistir a um show da cantora ao vivo, o que consegui em 2008. Valeu a pena esperar. Ela já estava com a saúde debilitada, cantou sentada e precisava de ajuda para entrar e sair do palco, mas, com maestria, mostrou porque se tornou uma lenda da música latino-americana. Encantou a todos com suas canções, sua voz e seu carisma.

Impossível não se emocionar com sua presença no palco e seu entusiasmo com as canções. Em alguns momentos, ficava nítida sua vontade de se levantar para dançar. O movimento dos braços fazia as vezes da dança, cuja saúde não lhe permitia realizar.

Ao saber que sua saúde nos últimos dias estava muito abalada, fui tomado pela tristeza em saber que uma grande artista iria nos deixar, mas estava ciente que Mercedes Sosa será sempre lembrada. Seja pelo seu enorme talento, seja pela sua coerência em defesa dos seus ideais (democracia, ética, liberdade, direitos humanos...), ao contrário de artistas que se contradizem, defendendo pessoas e atitudes que antes condenavam quando seus interesses pessoais estão em jogo. Ela era peronista, porém não exitava em condenar e criticar as atitudes do então presidente da Argentina, Carlos Menem, do partido peronista, quando suas atitudes se desviavam do caminho correto.

Cantando músicas folclóricas argentinas ou ao lado de artistas de outras nacionalidades, inclusive brasileiros, Mercedes Sosa transformou-se na “voz da América Latina” ao longo de sua carreira. E assim, eternizou-se na história da música mundial.

Deixa-nos como última obra um disco duplo intitulado “Cantora”, ainda em fase de lançamento, e já indicado para o Grammy Latino em três categorias.

Costumo homenagear os grandes músicos que nos deixam. Não com choro, orações ou presença nos funerais, mas da forma que considero que todos gostariam de ser lembrados: ouvindo suas obras. No momento em que escrevo esse texto, ouço Mercedes Sosa e dou “Gracias a La vida” por ter conhecido sua obra e de tê-la ouvido cantar, ao vivo, mesmo que apenas uma vez. Aqui registro meu muito obrigado por tudo que fez pela música, pela América Latina e por todas as emoções que nos proporcionou.


Texto originalmente editado em Novembro de 2009 na revista musical Ritmo Melodia - www.ritmomelodia.mus.br

Sites de Download de discos. Pirataria ou Divulgação?

Muito se tem discutido ultimamente sobre sites que disponibilizam discos para download gratuito.

Estes sites (geralmente blogs) são mantidos por pessoas que, na sua maioria, não divulgam seus nomes para não serem processados por violação dos direitos autorais. Os favoráveis a essa prática dizem que a intenção é divulgar as músicas de artistas que não tem acesso à mídia nem contratos com gravadoras, além da divulgação de obras raras e históricas. Alguns recomendam aos seus visitantes que após o download dos discos que se possível adquiram os CDs nas lojas. Algumas gravadoras e artistas recorrem à justiça para exigir a retirada dos discos disponibilizados nesses sites e solicitam a retirada do site do ar. Quando isso ocorre, o disco geralmente é prontamente retirado. E quando o site é retirado do ar, ele volta, às vezes no mesmo dia, com outro nome.

Mas o que está realmente por trás destes sites? Pirataria ou democratização do acesso às músicas? Muitos artistas optam por disponibilizar seus discos gratuitamente como forma de divulgação do seu trabalho. Eles esperam com isso abrir espaço na mídia e conseguir um maior número de shows. Alguns acreditam, inclusive, que o CD está condenado à extinção! Não concordo com essa afirmação e recomendo a reportagem “Qual o futuro da música?” da revista Bravo!(edição de março de 2009), que trata do assunto.

Há discos antigos, raros ou históricos que não estão mais disponíveis nas lojas e só constam nestes sites. Nesse caso, é um verdadeiro serviço prestado por estes sites à preservação da memória musical.

Conheço casos em que CDs lançados por gravadoras após terem a tiragem inicial esgotada, não foram relançados sob o argumento de que não haveria mercado para o produto. E o próprio artista fica sem ter como comercializar seu disco e divulgar seu trabalho. Aí está mais um caso em que estes sites podem ser considerados um benefício aos artistas e à música. Porém, há abusos. Muitas vezes o CD é lançado e, na mesma semana em que chega às lojas, já é disponibilizado nestes sites sem autorização do artista ou de quem quer seja. Nesse caso, obviamente, trata-se de pirataria, pura e simples!

O fundamental na atuação destes sites é o uso do bom senso no sentido de divulgar somente discos que não estejam disponíveis no mercado ou os que são autorizados pelos detentores de seus direitos autorais. E aos que acessam os sites de só baixarem discos que não podem ser comprados nas lojas.

Texto originalmente editado em Abril de 2009 na revista musical Ritmo Melodia - www.ritmomelodia.mus.br

Música para crianças não é brinquedo, não!

A arte feita para crianças, inclusive a música, muitas vezes é tratada como uma arte menor. Que não precisa ter tanta preocupação com a qualidade. Grave engano! A criança, é extremamente sincera e não tem nenhum pudor em dizer, o que gosta ou não gosta.

A impressão de que criança aceita qualquer coisa, independentemente de ter qualidade ou não vem da crença de que os pais, por levar os filhos aos espetáculos ou comprar discos para eles, podem impor à criança o gosto por uma obra. Daí acredita-se que um espetáculo para criança deve pensar somente na facilidade para se chegar ao local e ter um custo baixo.

Outro erro é acreditar que a música para crianças deve ser didática ou ter uma “moral da estória” embutida. Criança é um ser imaturo e de pouca idade, mas de forma alguma é burra! Ela sabe muito bem o que quer – e quer se divertir. Se for possível transmitir uma mensagem “educativa” de forma agradável, melhor, senão é melhor se preocupar apenas com a diversão e deixar a educação para outro momento.

Há inúmeros artistas que sabem levar arte ao público infantil, de forma inteligente e divertida. Grandes compositores de todo o mundo se dedicaram a fazer obras para esse exigente público, nem sempre com o mesmo sucesso alcançado com a criação de obras adultas.

Como exemplo de obras musicais infantis bem sucedidas, cito os discos “Partinpim” (1 e 2), de Adriana Calcanhoto, “Arca de Noé (1 e 2)”, de Vinícius de Moraes, “Canções da Arca”, de Carlos Navas, “Palavra Cantada” (11 CDs e 4 DVDs), de Sandra Peres e Paulo Tatit, “Furunfumfum no Carnaval”, da Cia. Furunfumfum, “Saltimbancos”, de Chico Buarque para ficar entre os mais recentes. Entre os mais antigos, há os inesquecíveis discos coloridos da “Coleção Disquinho”, de Braguinha, as “Cirandas” de Villa-Lobos, entre outros.

Para saber se o trabalho irá agradar às crianças, basta seguir a receita da grande mestra da literatura infantil, Tatiana Belinky: “a criança só gosta daquilo que a faz sentir alguma emoção: alegria, raiva, tristeza... Se não sentir nada, a criança não gostará da obra”.

Texto originalmente editado em Junho de 2009 na revista musical Ritmo Melodia - www.ritmomelodia.mus.br

Raul Rock Clube encerrou suas atividades.Lamentável!

É lamentável a notícia de que o Raul Rock Clube – fã-clube oficial do Raul Seixas, criado e mantido por Sylvio Passos – encerrou suas atividades em novembro. Liguei para o Sylvio torcendo para que não fosse verdade, mas é! O RRC foi desativado!

Fã de Raul Seixas, como eu e milhares de pessoas, Sylvio, na década de 80, procurou através de um anúncio de jornal quem quisesse vender qualquer tipo de material relacionado ao ídolo. Para sua surpresa, o próprio Raul viu seu anúncio e ligou para lhe perguntar o porquê deste desejo. Convencido da sinceridade do fã, Raul tornou-se seu amigo e lhe doou vários de seus pertences, certo de que com ele seriam preservados.

Ele foi questionado por advogados, de uma das herdeiras de Raul, sobre os ganhos obtidos com esse trabalho ao longo dos anos, E como protesto, decidiu não prestar contas e encerrar as atividades do fã-clube. Durante muitos anos, ele cuidou de conservar aquele material e divulgar a memória do artista sem que tivesse nenhum retorno financeiro com isso. Com o passar do tempo, pessoas não tão fãs, nem tão desinteressadas como Sylvio, perceberam que Raul Seixas e sua obra poderiam ser transformados em excelentes produtos e negócios bastante rentáveis. Aí, é claro, tudo fizeram e vem fazendo para que toda e qualquer atividade relacionada a Raul Seixas tenha como característica principal a alta rentabilidade.

E, de repente, quem nunca se interessou em preservar seus objetos ou trabalhos, passou a demonstrar grande preocupação com a imagem de Raul. Uma enorme quantidade de livros sobre o compositor já foram lançados, mas agora para escrever sobre ele, é preciso ter autorização! Antes se podia tudo, inclusive contar os problemas que Raul teve como conseqüência de seus hábitos pouco saudáveis, agora não se pode “acusá-lo” de usar drogas lícitas ou ilícitas, pois isso fere sua imagem.

O que será que Raul diria se estivesse vivo? A quem daria razão? O que se sabe é que, ainda em vida, Raul confiou em Sylvio Passos. A ponto de deixar-lhe como responsável por uma grande quantidade de objetos e de, não só autorizar a fundação do Raul Rock Clube como seu fã-clube oficial, mas de aceitar ser membro desse clube, como demonstra a carteira de “protagonista” que recebeu de Sylvio Passos e que hoje faz parte do acervo do fã-clube. Não há quem seja fã de Raul Seixas e não reconheça o trabalho feito por Sylvio Passos em prol da memória do ídolo e de sua obra.

A nós, fãs de Raul Seixas só restam torcer pelo retorno do Raul Rock Clube e agradecer a Sylvio Passos pela oportunidade que nos proporcionou ao longo desses 30 anos, de conhecer mais sobre nosso ídolo e sua obra. Valeu Sylvio! Até a volta! E que seja breve!

Texto editado originalmente em Dezembro de 2009 na revista musical Ritmo Melodia - www.ritmomelodia.mus.br

"LITA REE" - A CARA DE SAMPA!

31 de dezembro é comemorado pela maioria das pessoas pela virada do ano. Para mim, mais importante que isso é lembrar os nascimentos de 2 grandes gênios das artes brasileiras: o palhaço Arrelia (1905) e a roqueira Rita Lee (1947).

Desde o início de sua carreira, Rita Lee sempre teve como características a irreverência e a ruptura com os padrões estabelecidos. Sua primeira banda, ao lado de 2 amigas, era chamada de “Tennagers girls” e pouco depois ela se uniu a Arnaldo e Sérgio Batista para formar Os Mutantes, banda que surpreendeu a todos no Festival da Record de 1967 ao acompanhar Gilberto Gil na música Domingo no Parque. Ao deixar a banda, começou uma carreira solo de muito sucesso que se mantém até hoje.

Sou fã da Rita Lee desde criança. Divertia-me com suas músicas bem humoradas e suas performances marcantes. Tenho ainda vários LPs daquela época, sendo que o Refestança, lançado ao lado de Gilberto Gil, é um dos meus preferidos. Entre as músicas Ovelha Negra, Balada do louco, Pagu e Tudo vira bosta são referências para mim.

Durante muitos anos, morando no interior do estado de S. Paulo, meu sonho era assistir a um show da Rita Lee, o que acabou acontecendo quando me mudei para S. Paulo. Valeu à pena esperar... Ao vivo, ela é ainda melhor que nos discos!

Em 1990 descobri uma nova faceta da artista: a escritora de livros infantis (foram 4 no total, sempre tendo um ratinho – Dr. Alex – como personagem principal). Rita se aventurou também pela televisão: fez participações em novelas da Globo e um programa na MTV, o “TVLeezão”, de onde herdou o apelido “Lita Ree” que ainda hoje utiliza no seu twitter oficial.

Passou pelo cinema, em 1993, interpretando Raul Seixas no curta metragem “Tanta estrela por aí”, dirigido por Tadeu Knudsen e que tinha no elenco Marisa Orth e Otávio Augusto. Até hoje o filme é considerado obrigatório aos fãs do maluco beleza!

Por nunca fugir da polêmica e sempre dizer o que pensa, algumas vezes teve problemas: recentemente chegou a ser ameaçada por corintianos e moradores de Itaquera ao dizer que o estádio que o time pretende construir para ser utilizado na Copa do Mundo de futebol de 2014 será localizado “no fim do mundo”, o que a levou a se retirar do twitter (e voltar pouco tempo depois).

No final de 2010 surpreendeu aos fãs ao autorizar sua nora a realizar um bazar onde foram expostos objetos pessoais e figurinos utilizados em shows e fotos, sendo parte deste acervo colocado à venda.

Para 2011, a roqueira anuncia uma turnê em que realizará shows ao lado de Erasmo Carlos em homenagem aos roqueiros brasileiros e nos quais Rita e Erasmo interpretarão também o repertório um do outro.

Vida longa e sucesso eterno àquela que é considerada por Caetano Veloso e pela maioria dos paulistanos, de nascimento (como ela) ou por adoção (como eu), “a mais perfeita tradução” de São Paulo!